A flor nua no ecrã desenrola anti-enredos. - Dedilhados sobre larguíssimo teclado; pára a tarde; é a felicidade, ou uma vontade de chorar? - Deitados na palha, na eira, ao bafo quente daquele Verão, olhos ao céu estrelado, rumávamos a amotinados lumes. - Fazemos uma grande concha, dedos entrecruzados. Os pescadores, por perto, perguntam-nos coisas. Cobrem-nos com redes a tristeza. Trazem-nos dos seus raros caranguejos. - Onde és, além do teu lugar, nem pensando, como abalada. - As rosas brancas beijam-nos inesperadas. - Tanto enlevo termina nos teus dedos. Somente teu olhar irradia dia. - Chuva no alcatrão, alma latejante. Descobri contigo a excepcional prossecução. - A moça me espera, vou levá-la a passear, palavras não contam, conta é viver, não se me atrase o poema. - Sucederem-se abruptas supitâneas esquinas. - Querer bem a torpes aranhões, num oficioso vagabundar - roubassem-nos a casa - ficava o luar - chato o piolho e o cogitar. - Manhã serena, Stockhausen mandado pra debaixo da cama; o céu, igual a uma mulher amodorrada, cadela com o cio. - Tenho para ti que o cinamomo - tronco, tusa, árvore de dificílima declinação - te somes estelar - talvez sim - ou talvez sim - tenho para ti que os concertados gestos… - Bilhar a 3 tabelas: Moça pintora, como está mais a sua má consciência socialista comunista? Bizarramente acordada? Desenterrada da cama? Tome nota de que a segunda-feira laboral poderá começar bem. Apresente os meus cumprimentos ao inspector Falcão. - Damo-nos conta que somos aquém escrito, visto que os maços do tabaco não nos dizem imprimidos os poemas. Embarcações, monte, Viena, Praga, Budapeste, pó, neblina. Confusão ocorre ao explicar como morro enfermo nos teus braços.
A flor nua
ResponderEliminarno ecrã
desenrola
anti-enredos.
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Dedilhados
sobre larguíssimo teclado;
pára a tarde;
é a felicidade,
ou uma vontade de chorar?
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Deitados na palha, na eira,
ao bafo quente daquele Verão,
olhos ao céu estrelado,
rumávamos a amotinados lumes.
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Fazemos uma grande concha,
dedos entrecruzados.
Os pescadores, por perto,
perguntam-nos coisas.
Cobrem-nos com redes a tristeza.
Trazem-nos dos seus raros caranguejos.
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Onde és,
além do teu lugar,
nem pensando,
como abalada.
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As rosas
brancas
beijam-nos
inesperadas.
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Tanto enlevo
termina nos teus dedos.
Somente teu olhar irradia dia.
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Chuva no alcatrão,
alma latejante.
Descobri contigo
a excepcional
prossecução.
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A moça me espera,
vou levá-la a passear,
palavras não contam,
conta é viver,
não se me atrase o poema.
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Sucederem-se
abruptas
supitâneas
esquinas.
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Querer bem a torpes aranhões,
num oficioso vagabundar -
roubassem-nos a casa -
ficava o luar -
chato o piolho e o cogitar.
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Manhã serena,
Stockhausen mandado pra debaixo da cama;
o céu, igual a uma mulher amodorrada,
cadela com o cio.
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Tenho para ti que o cinamomo -
tronco, tusa, árvore de dificílima declinação -
te somes estelar -
talvez sim - ou talvez sim -
tenho para ti que os concertados gestos…
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Bilhar a 3 tabelas:
Moça pintora,
como está mais a sua má consciência socialista comunista?
Bizarramente acordada?
Desenterrada da cama?
Tome nota de que a segunda-feira laboral poderá começar bem.
Apresente os meus cumprimentos ao inspector Falcão.
-
Damo-nos conta que somos aquém escrito, visto que
os maços do tabaco não nos dizem imprimidos os poemas.
Embarcações, monte, Viena, Praga,
Budapeste, pó, neblina.
Confusão ocorre ao explicar
como morro enfermo nos teus braços.