terça-feira, 22 de setembro de 2009

FONTES
























1 comentário:

  1. A flor nua
    no ecrã
    desenrola
    anti-enredos.
    -
    Dedilhados
    sobre larguíssimo teclado;
    pára a tarde;
    é a felicidade,
    ou uma vontade de chorar?
    -
    Deitados na palha, na eira,
    ao bafo quente daquele Verão,
    olhos ao céu estrelado,
    rumávamos a amotinados lumes.
    -
    Fazemos uma grande concha,
    dedos entrecruzados.
    Os pescadores, por perto,
    perguntam-nos coisas.
    Cobrem-nos com redes a tristeza.
    Trazem-nos dos seus raros caranguejos.
    -
    Onde és,
    além do teu lugar,
    nem pensando,
    como abalada.
    -
    As rosas
    brancas
    beijam-nos
    inesperadas.
    -
    Tanto enlevo
    termina nos teus dedos.
    Somente teu olhar irradia dia.
    -
    Chuva no alcatrão,
    alma latejante.
    Descobri contigo
    a excepcional
    prossecução.
    -
    A moça me espera,
    vou levá-la a passear,
    palavras não contam,
    conta é viver,
    não se me atrase o poema.
    -
    Sucederem-se
    abruptas
    supitâneas
    esquinas.
    -
    Querer bem a torpes aranhões,
    num oficioso vagabundar -
    roubassem-nos a casa -
    ficava o luar -
    chato o piolho e o cogitar.
    -
    Manhã serena,
    Stockhausen mandado pra debaixo da cama;
    o céu, igual a uma mulher amodorrada,
    cadela com o cio.
    -
    Tenho para ti que o cinamomo -
    tronco, tusa, árvore de dificílima declinação -
    te somes estelar -
    talvez sim - ou talvez sim -
    tenho para ti que os concertados gestos…
    -
    Bilhar a 3 tabelas:
    Moça pintora,
    como está mais a sua má consciência socialista comunista?
    Bizarramente acordada?
    Desenterrada da cama?
    Tome nota de que a segunda-feira laboral poderá começar bem.
    Apresente os meus cumprimentos ao inspector Falcão.
    -
    Damo-nos conta que somos aquém escrito, visto que
    os maços do tabaco não nos dizem imprimidos os poemas.
    Embarcações, monte, Viena, Praga,
    Budapeste, pó, neblina.
    Confusão ocorre ao explicar
    como morro enfermo nos teus braços.

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